Foi difícil segurar a emoção na noite deste domingo (13), que ficará marcado para sempre na memória dos brasileiros e na história da música!
Aos 80 anos, Milton Nascimento, o carioca mais mineiro de todos, subiu as palcos pela última vez, no Mineirão, em Belo Horizonte. A, literalmente, Última Sessão de Música foi transmitida pelo Globoplay e dedicada à cantora Gal Costa, que morreu na última quarta-feira (9) e eternizou muitas canções de Bituca em sua voz.
Um Milton emocionado cantou o seu legado de maneira simples e majestosa, como sempre foi. A apresentação contou com a presença dos integrantes do Clube da Esquina e de Samuel Rosa. Ao som de “Bituca, eu te amo”, o músico e compositor provou, mais uma vez, que é a voz do Brasil profundo, com suas dores e belezas. Um Brasil por ele imortalizado.
1. Por que Bituca?
Dizem por aí que o apelido surgiu porque Milton, desde pequenininho, tinha a mania de fazer bico quando era contrariado. Elisabeth, a irmã do cantor, contudo, disse uma vez durante entrevista que, na verdade, o apelido deu-se também por causa dos lábios carnudos do cantor. “Um amigo dele bateu na porta de casa chamando pelo Bituca – isso foi minha mãe que me contou. Aí ela falou: ‘Quem é Bituca?’; ‘É o seu filho Bituca’; ‘Mas por que Bituca?’; ‘Ah, porque ele é Botocudo. Então, para ficar mais carinhoso, Botocudo ficou Bituca'”, lembrou.
2. De filho adotivo para pai
O carioca perdeu a mãe quando tinha 2 anos de idade e foi então morar com a avó, em Juiz de Fora. Lá, foi adotado por Dona Lília e Seu Josino. A mãe adotiva, que era professora de música, foi quem ensinou os primeiros acordes a Milton, que, quando adulto, adotou Augusto Kesrouani. “Um filho como eu, nascido de outra família que se tornou minha”, disse.
3. Uma lenda viva
Milton Nascimento é um dos poucos brasileiros a levar um Grammy para casa! Em 1998, ele venceu a categoria World Music pelo álbum Nascimento.
O músico e compositor, que já foi indicado quatro vezes à maior premiação de música do planeta, é formado em música pela UFMG e Doutor Honoris Causa pelo Berklee College of Music, de Boston, um dos mais conceituados da história.
4. A simbologia do acordeão
Durante as primeiras canções da turnê A Última Sessão de Música, Milton toca um acordeão – e existe um lindo porquê por trás disso!
O primeiro instrumento que Nascimento aprendeu a tocar foi uma harmônica, mas foi quando ganhou um acordeão da avó que sua vida musical começou para valer.
Nada mais justo, então, que fazer a sua última sessão tendo em mãos o instrumento que esteve consigo no início de tudo!
5. Dono do melhor álbum brasileiro
Neste ano, 162 especialistas em música votaram os melhores álbuns da música popular brasileira, e Clube da Esquina, de 1972, foi eleito o primeiro deles!
Dividido em quatro lados (A, B, C e D), o álbum conta com 21 músicas e ganhou fama internacional.
O grupo mineiro Clube da Esquina, fundado nos anos 60, era composto por Toninho Horta, Wagner Tiso, Lô Borges, Beto Guedes e Márcio Borges. Outros músicos, como Fernando Brant e Nivaldo Ornelas, também participavam de algumas reuniões do que acabou por se tornar todo um movimento musical – não somente um grupo, que já era bastante genial.
Obrigada, Milton, pela linda Travessia! Nos Bailes da Vida, Mais Bonito Não Há! No fim das contas, Quem Sabe Isso Quer Dizer Amor…
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Last modified: 3 de março de 2023