O 1º compromisso internacional de Lula (PT) após ser eleito presidente do Brasil, conquistando uma vitória democrática nas urnas contra Jair Bolsonaro (PL) nas Eleições 2022, foi comparecer à COP27, que está acontecendo em Sharm el-Sheikh, no Egito.
Durante discurso na Conferência do Clima da ONU, Lula propôs uma aliança mundial de combate à fome e criticou, mesmo que indiretamente, a guerra entre Rússia e Ucrânia.
O presidente ainda aproveitou a participação no evento para se encontrar com os representantes John Kerry, dos EUA, e Xie Zhenhua, da China, para debater questões climáticas, e prometeu um compromisso com a Amazônia e os Povos Originários: “Desmatamento zero não é um sonho, é uma realidade. O Brasil vai liderar pelo exemplo e será motivo de orgulho no mundo”, disse o presidente, que ainda sugeriu que a conferência de 2025 aconteça em algum estado amazônico.
A seguir, você confere os três principais pontos do discurso de Lula na COP27:
1. Aliança mundial contra a fome
Um dos pontos-chaves da fala de Lula na conferência foi a importância de alinhar as agendas climáticas e sociais. Ou seja, de entender que não é possível discutir mudanças climáticas sem falar sobre justiça social e racial.
“Estamos propondo uma aliança mundial pela segurança alimentar, pelo fim da fome e pela redução das desigualdades, com total responsabilidade climática”, disse o presidente, que aproveitou para questionar os gastos, especialmente de nações ricas, com a indústria armamentista.
“O planeta que a todo momento nos alerta de que precisamos uns dos outros para sobreviver. Que sozinhos estamos vulneráveis à tragédia climática. No entanto, ignoramos esses alertas. Gastamos trilhões de dólares em guerras que só trazem destruição e mortes, enquanto 900 milhões de pessoas em todo o mundo não têm o que comer”, criticou.
2. Proteção da Amazônia
Ao contrário da ala de Jair Bolsonaro (PL) na COP27, que contou com a presença do atual ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite – que se esquivou de perguntas envolvendo a floresta -, Lula mostrou-se preocupado com a preservação da Amazônia e colocou-a em pauta, uma atitude extremamente inteligente para recuperar investimentos estrangeiros no Fundo Amazônia, cancelados durante o governo Bolsonaro.
“Não há segurança climática para o mundo sem uma Amazônia protegida. Não mediremos esforços para zerar o desmatamento e a degradação de nossos biomas até 2030, da mesma forma que mais de 130 países se comprometeram ao assinar a Declaração de Líderes de Glasgow sobre Florestas. Por esse motivo, quero aproveitar esta conferência para anunciar que o combate à mudança climática terá o mais alto perfil na estrutura do meu governo. Vamos priorizar a luta contra o desmatamento em todos os nossos biomas”, afirmou Lula.
O presidente explicou que fará isso fortalecendo os órgãos de fiscalização e os sistemas de monitoramento, desmantelados nos últimos quatro anos: “Vamos punir com todo o rigor os responsáveis por qualquer atividade ilegal, seja garimpo, mineração, extração de madeira ou ocupação agropecuária indevida”, disse.
3. Criação do Ministério dos Povos Originários
Durante a COP27, Lula anunciou oficialmente de maneira global a criação do Ministério dos Povos Originários, uma de suas promessas de governo.
Ao lado das deputadas Célia Xakriabá e Sonia Guajajara, o líder brasileiro explicou que o princpal intuito do ministério é “que os próprios indígenas garantam a sua segurança, paz e sustentabilidade”.
O presidente ainda falou que “os povos originários devem ser protagonistas de sua preservação” e que não podem ser tratados como “bandidos”, como aconteceu na gestão de Bolsonaro.
A edição deste ano da COP acaba no dia 18 de novembro. A próxima Conferência das Partes ocorre no ano que vem, em Dubai, nos Emirados Árabes. A principal cobrança é por ação urgente. Não há mais tempo para blá-blá-blá!
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Last modified: 3 de março de 2023
