Desde que a compra do Twitter por Elon Musk foi oficializada, muita coisa já rolou – sobretudo demissões. Nesta sexta-feira (18), a rede social amanheceu em clima de destruição depois que centenas de funcionários pediram desligamento em reação a um ultimato de Musk. Outra leva de demissões já tinha acontecido esta semana: 80% dos funcionários terceirizados foram desligados sem aviso prévio, sabendo da “novidade” apenas quando não conseguiram mais acessar o e-mail corporativo. A postura de Musk vem gerando controvérsias desde os primeiros dias de gestão, quando ele fez uma limpa e demitiu antigos funcionários da casa, como o presidente-executivo, o diretor financeiro e o chefe de assuntos jurídicos.
A bruxa também está solta na Meta, empresa de Mark Zuckerberg que engloba o Instagram, o Facebook e o WhatsApp. Há uma semana, o empresário anunciou a demissão de mais de 11 mil funcionários, alegando problemas de receita. O lucro da Meta no terceiro trimestre do ano caiu pela metade, o que obrigou Zuckerberg a congelar gastos.
Já a Amazon anunciou que planeja desligar cerca de 10 mil contratados, também por questões financeiras. Além de as vendas terem ficado abaixo das expectativas no último trimestre, boa parte do trabalho humano já pode ser substituído pelo trabalho de robôs e máquinas, o que agiliza a produção e diminui os custos.
OS FANTASMAS DO FUTURO
Na visão de analistas, a crise das redes sociais, agravada por um contexto econômico desfavorável, pode indicar um retorno à normalidade após o crescimento vertiginoso dessas companhias durante a pandemia de Covid-19. Em outras palavras, pode ser que o mundo esteja usando menos Twitter, Instagram, Facebook, etc – voltando a uma frequência de uso “normal”, que poderá ditar o futuro dessas redes.
As demissões preocupam por questões envolvendo desinformação e abuso de autoridade. Por exemplo, especialistas em comunicação temem que o Twitter vire (ainda mais) terra de ninguém, uma vez que Elon Musk já garantiu que vai alterar a política de proteção dos usuários, usando como justificativa a famosa liberdade de expressão. Isso pode acabar não só dando espaço para a disseminação de fake news, como pode corroborar com contas tendenciosas e com uma plataforma sem curadoria de informação nem supervisão, o que pode ser bastante perigoso.
Além disso, Musk fez uma proposta absurda para os funcionários que permaneceram na casa: optar pelo trabalho exaustivo ou pela demissão. Fontes ainda alegam terem ouvido o novo presidente-executivo falar que vai demitir qualquer pessoa que o corrija ou questione seu trabalho de alguma forma, mesmo que as críticas construtivas venham para o bem da companhia.
As mudanças nas big techs acendem um alerta de longo prazo sob a perspectiva trabalhista. Quanto mais gente com emprego digno garantido, ganhando uma renda fixa, melhor – social e economicamente falando. Mas o que será das legiões de trabalhadores disponíveis para emprego num mundo em que a mão de obra tende a ser cada vez mais automatizada?
No entanto, as ondas de demissões já geram consequências a curto prazo. O que será daqueles trabalhadores que sobrarem nas empresas? Além de levantar questões sobre o desemprego, esse debate também tem a ver com saúde mental no trabalho – e com aquele pensamento retrógrado que muitos ainda têm de que trabalhar demais é sinônimo de fazer um bom trabalho. Nem sempre…
A seguir, confira a lista de principais big techs afetadas pela crise em 2022 e seu respectivo número de demissões:
- Intel: 24 mil funcionários
- Meta: 11 mil funcionários
- Amazon: 10 mil funcionários
- Twitter: 3.700 funcionários
- Snap: 1.300 funcionários
- Microsoft: + de 1000 funcionários
- Shopify: + de 1000 funcionários
- Lyft: 700 funcionários
- Netflix: 450 funcionários
- Apple: + de 100 funcionários
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Last modified: 3 de março de 2023