A crise chegou para os planos de saúde e deve interferir no bolso dos usuários. Segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar, o prejuízo operacional no último ano foi de R$ 10,9 bilhões.
As operadoras agora tentam renegociar a dívida com laboratórios e hospitais. Elas almejam um prazo maior para fazer os pagamentos e descontos de até 30% nos preços contratados.
Com relação aos clientes, o aumento deve se concentrar nos planos coletivos, embora ainda não tenha sido revelado qual será o valor do reajuste.
Além do aumento dos convênios, os serviços oferecidos devem ser enxugados. A ideia é deixar a cobertura mais regional e restrita, com foco em clínicos gerais, que farão o primeiro atendimento para só então o usuário ser encaminhado para um especialista. Caso muito semelhante ocorre no SUS.
O intuito é cortar gatos e reduzir despesas. “As empresas não têm mais como operar no negativo e terão que fazer reajustes mais fortes, recompor suas margens, mesmo que isso signifique reduzir o número de clientes”, explicou Renato Casorotti, presidente da Associação Brasileira de Planos de Saúde, ao jornal O Globo.
No último ano, os convênios registraram um aumento de usuários e serviços utilizados, especialmente devido ao “boom” pós-pandemia, em que as pessoas retomaram suas consultas e seus exames de rotina. Contudo, o aumento de clientes não foi proporcional ao aumento de receita.
A fusão de hospitais, laboratórios e operadores de planos de saúde que ocorreu nos últimos anos também contribuiu com o cenário de endividamento, dificultado pelos juros altos do Brasil.
Tags:Hospital, Reajuste Last modified: 17 de abril de 2023