Lula vai testar o apoio de sua base no Senado com votação sobre possível novo ministro do STF

O presidente Lula vai testar o apoio da sua base no Senado com a votação que decidirá se seu advogado, Cristiano Zanin Martins, será nomeado ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). A sabatina está marcada para iniciar às 10h desta quarta-feira, 21, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Essa votação é considerada um momento importante para avaliar a força política de Lula no Senado e verificar se ele possui uma base sólida para aprovar medidas de interesse do governo.

Segundo o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues, a expectativa é que o doutor Zanin seja aprovado com pelo menos 60 votos dos senadores. Essa previsão supera a estimativa inicial dos próprios governistas, indicando uma possível base ampliada para Lula no Senado. Atualmente, calcula-se que Lula conte com aproximadamente 51 senadores em sua base aliada.

A indicação de Zanin para o STF, impulsionada pelo interesse pessoal de Lula em colocar seu advogado na Suprema Corte, também coloca em risco o controle do governo sobre sua base aliada. Mesmo em caso de aprovação, se Zanin receber um número baixo de votos, isso poderá ser interpretado como um sinal negativo para o presidente. Essa votação ocorre em um momento de crise na articulação política de Lula com o Centrão, em especial com o partido União Brasil. O presidente da CCJ, Davi Alcolumbre, tem desempenhado um papel importante na tentativa de garantir o apoio necessário para a aprovação de Zanin.

Para ser aprovado na CCJ, Zanin precisa de pelo menos 14 votos favoráveis dos 27 senadores titulares do colegiado. A votação é sigilosa, mas até o momento 15 senadores já declararam que vão apoiar a nomeação do advogado. Posteriormente, a indicação de Zanin será levada ao plenário do Senado, onde será analisada por todos os senadores, independentemente do resultado na CCJ. Para ser aprovado, Zanin precisará obter no mínimo 41 votos.

Apesar do clima favorável à aprovação de Zanin no Senado, o advogado tem enfrentado questionamentos em relação ao seu currículo e às críticas de falta de “notável saber jurídico” exigido para ministros do STF. Além disso, Zanin omitiu informações sobre sua participação como sócio em uma empresa nos documentos enviados aos senadores. Esses pontos têm sido alvo de críticas por parte dos opositores à indicação.