O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) apresentou um pedido para investigar o dano ao erário decorrente do abuso de poder político e do uso indevido dos meios de comunicação pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Essa representação ocorreu após a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que tornou Bolsonaro inelegível por oito anos. Caso o TCU decida favoravelmente, a inelegibilidade se estenderia além de 2031.
O subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado alega que houve uso da máquina pública com desvio de finalidade por parte de Bolsonaro, tanto na disseminação de informações falsas sobre o sistema eleitoral brasileiro quanto no benefício pessoal que ele teria obtido ao usar os canais oficiais para essa transmissão. O TSE também comunicou sua decisão ao TCU devido ao provável uso de bens e recursos públicos para fins eleitorais.
Segundo Furtado, as irregularidades ocorridas durante a reunião no Palácio da Alvorada, na qual Bolsonaro propagou ataques e informações falsas sobre as urnas eletrônicas, já estão caracterizadas e registradas nos votos dos ministros do TSE. O processo sobre Bolsonaro também foi compartilhado com o Ministério Público Federal e o TCU para investigação de eventuais crimes cometidos.
No entanto, a representação do MP ainda precisa ser recebida pelo presidente do TCU, ministro Bruno Dantas, para que a investigação seja iniciada. A condenação de Bolsonaro pelo TSE resultou em sua inelegibilidade até outubro de 2030, mas uma eventual decisão do TCU poderia estender esse período para além de 2031, impedindo-o de concorrer nas eleições.
‘Estou na UTI, não morri ainda’
Em entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan, o ex-presidente Jair Bolsonaro, referindo-se à sua sucessão, afirmou: “Eu tô na UTI, não morri ainda. Não é justo alguém querer dividir o meu espólio”.
Ele também disse não ver hoje alguém com conhecimento suficiente para substituí-lo como candidato presidencial. “Eu não vou dar conselho para o Zema, mas quem queimar largada agora vai levar tiro de bazuca no lombo. Então vai com calma. Tem tempo ainda. 2026 passa por 2024”, disse.
Ao ser questionado sobre o que faria de diferente se pudesse voltar no tempo até janeiro de 2019, Bolsonaro respondeu: “teria baixado um pouquinho o tom de voz”. Ele também negou a responsabilidade de seus aliados pelos tumultos em Brasília em janeiro deste ano.
Sobre as eleições municipais, Bolsonaro declarou que a tendência é apoiar a reeleição do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e criticou o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL). “O pior que pode acontecer em São Paulo é esse invasor de domicílio ser eleito”, afirmou. Ele também mencionou que até o momento nenhum candidato viável do PL surgiu, mas que, se isso acontecer, eles o apoiarão.
Tags:Jair Bolsonaro, TCU, TSE Last modified: 3 de julho de 2023