‘Desenrola’ pode beneficiar até 2,5 milhões de inadimplentes

O ministro da Economia, Fernando Haddad, revelou que o programa “Desenrola Brasil” pode beneficiar até 2,5 milhões de pessoas com dívidas de até R$ 100, caso o Nubank decida aderir ao programa. Sem o banco digital, seriam 1,5 milhão de inadimplentes com o nome regularizado. Para estimular a participação dos bancos, o governo permitirá que antecipem a contabilização de créditos tributários, liberando R$ 50 bilhões em créditos presumidos.

O objetivo do programa é desnegativar a situação de 30 milhões de pessoas que poderão renegociar suas dívidas diretamente com os bancos, liberando R$ 7 bilhões de espaço no balanço para operações de rotina das instituições financeiras. A expectativa é que até o final de julho, todas as pessoas com dívidas de até R$ 100, cadastradas no “Desenrola Brasil”, tenham suas restrições de crédito removidas. Os valores e formas de pagamento devem ser negociados com os bancos, e os devedores não poderão ser negativados novamente caso não honrem seus débitos.

O governo espera a adesão do Nubank e torce para que outros bancos também participem. Embora ainda não possuam dados oficiais sobre a adesão, os principais bancos demonstraram interesse e já estão utilizando o sistema do “Desenrola Brasil”. Haddad acredita que o alcance do cancelamento de dívidas com aval do Tesouro pode chegar a R$ 30 bilhões.

A estimativa considera a reserva de R$ 7,5 bilhões do Tesouro para as renegociações, podendo chegar a quatro vezes esse valor. No entanto, a fase com aval do Tesouro ocorrerá apenas em setembro, focando na população de baixa renda com dívidas de até R$ 5 mil. O ministro destacou que empresas sem aval do Tesouro poderão utilizar a plataforma do governo para renegociar as dívidas.