A agência de classificação de risco Fitch elevou a nota de crédito do Brasil de BB- para BB, com perspectiva estável. Essa melhoria reflete, segundo a agência, o desempenho macroeconômico e fiscal “melhor do que o esperado” nos últimos anos, bem como as políticas proativas e reformas implementadas recentemente, incluindo a aprovação da reforma da Previdência e a autonomia do Banco Central. Embora a nova classificação ainda indique um “grau especulativo”, a agência considera que o Brasil está menos vulnerável ao risco no curto prazo, embora ainda enfrente incertezas econômicas e financeiras.
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva é elogiado pelo progresso em importantes reformas, mesmo que parte das iniciativas do atual governo ainda não tenha sido concluída no Congresso. A Fitch acredita que a posição fiscal está se deteriorando em 2023, mas espera que novas regras fiscais e medidas tributárias contribuam para uma consolidação gradual. A agência revisou a projeção de crescimento do Brasil de 0,7% para 2,3% em 2023, elogiando a recuperação econômica saudável e o mercado de trabalho em ascensão.
No entanto, a Fitch aponta alguns desafios que limitam a nota de crédito do país, incluindo alta dívida do governo, rigidez fiscal, fraco potencial de crescimento econômico e pontuações de governança relativamente baixas. As notas de crédito são importantes para os investidores, pois indicam o risco de calote de um país. O grau de investimento é um selo de qualidade que assegura aos investidores um menor risco de calotes. O Brasil perdeu esse selo em 2015 e, embora tenha feito progressos desde então, ainda enfrenta desafios para recuperá-lo completamente. Historicamente, países levam cerca de 5 a 10 anos para recuperar o grau de investimento após perdê-lo.
Haddad comemora
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, atribuiu esse resultado positivo na economia do país à harmonia entre os poderes, destacando o papel do Congresso Nacional e mencionando os presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, pelo apoio ao governo. Segundo ele, “não faz sentido” o Brasil não ser classificado com grau de investimento pelas agências internacionais.
Haddad reforçou que a harmonia entre os poderes é fundamental para a retomada do grau de investimento, enfatizando que o país, dada sua magnitude econômica, deve aspirar a alcançar esse status novamente. Ele destacou o avanço da reforma tributária no Congresso, que já foi aprovada na Câmara e agora está no Senado.
Dólar chega ao menor patamar desde abril de 2022
O dólar encerrou em queda após o Federal Reserve (Fed) elevar os juros dos Estados Unidos e investidores repercutirem a elevação da nota de crédito do Brasil pela Fitch Ratings. No fechamento, a moeda norte-americana recuou 0,46%, cotada a R$ 4,7276. O Ibovespa também subiu e alcançou o maior patamar em quase dois anos, atingindo 122.560 pontos. A decisão do Fed correspondeu às expectativas do mercado, com um aumento de 0,25 ponto percentual na taxa básica norte-americana, para uma faixa de 5,25% a 5,50%, visando controlar a inflação acima da meta de 2%.
Tags:Banco Central, Fernando Haddad, Lula Last modified: 26 de julho de 2023
