Um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) revela movimentações financeiras atípicas na conta do ex-presidente Jair Bolsonaro, totalizando R$ 17,2 milhões recebidos via transações por Pix nos seis primeiros meses do ano. O órgão sugere que essas transações podem estar relacionadas à vaquinha organizada para pagar multas judiciais, incluindo aquelas decorrentes de sua recusa em usar máscara durante a pandemia de coronavírus.
Segundo o relatório, as transações atípicas provavelmente estão relacionadas a uma notícia divulgada pela mídia sobre a campanha de doações criada em junho para quitar as multas judiciais. Bolsonaro mencionou anteriormente que já havia recebido recursos suficientes para cobrir as multas e que o montante seria divulgado em breve, mas não forneceu mais detalhes.
O Coaf também lista os depósitos realizados via Pix ou transferência convencional, com destaque para 18 pessoas e três empresas que contribuíram para a campanha. O órgão enviou essas informações à CPI e informou que Bolsonaro está enfrentando várias investigações criminais, a maioria relatada pelo ministro Alexandre de Moraes do STF.
Em relação ao bloqueio judicial, o relatório aponta cifras de R$ 195.559 e R$ 30.698. Além disso, Bolsonaro recebeu R$ 230.366 em proventos nos primeiros seis meses do ano. O TSE manteve uma multa de R$ 90 mil contra Bolsonaro por propaganda irregular contra o ex-presidente Lula durante a campanha eleitoral.
Em junho, o TSE decidiu tornar Bolsonaro inelegível por oito anos, o que o impedirá de se candidatar novamente até 2030, quando ele terá 75 anos. A ação julgada foi baseada em afirmações falsas e distorcidas feitas por Bolsonaro sobre o processo eleitoral durante uma reunião com embaixadores estrangeiros em 2022.
Tags:Jair Bolsonaro Last modified: 28 de julho de 2023
