A Ouvidoria das Polícias de São Paulo está investigando denúncias de mais nove mortes por intervenção policial que teriam ocorrido entre o domingo (30) e esta segunda-feira (31) em Guarujá, no litoral paulista, em meio à megaoperação na região. Com isso, o total de mortos desde sexta-feira (28), quando teve início a ação da polícia, pode chegar a 19 — a ouvidoria já apurava outras dez mortes, que teriam ocorrido até a tarde de domingo. As informações são da Folha de S. Paulo.
Em um pronunciamento na manhã desta segunda, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou que a operação no litoral tinha deixado oito pessoas mortas até aquele momento. No início da noite, o delegado Antônio Sucupira, titular da delegacia do Guarujá, afirmou que mais duas mortes ocorreram nesta segunda. Com isso, o número confirmado pelo governo estadual chegou a dez.
Representantes da ouvidoria, do Condepe (Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana) e da comissão de direitos humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) foram à Delegacia de Guarujá para buscar boletins de ocorrência que possam confirmar as mortes, além de pedir informações à polícia. Moradores e familiares das vítimas relataram ameaças e abusos por parte dos policiais, além de terem denunciado casos de execuções sumárias.
O secretário de Segurança Pública do estado, Guilherme Derrite, afirmou pela manhã que os relatos de abusos policiais “não passam de narrativa”. “Nós reagimos com essa violência na mesma proporção com que eles atacam as polícias”, disse ele. O governador Tarcísio defendeu a ação dos policiais e disse que não houve excessos por partes dos agentes. “Não tem nada disso”, afirmou. Ele prometeu o aumento do efetivo policial de forma permanente na região da Baixada Santista e a abertura de uma nova unidade da PM.
Tags:PM, Tarcísio Freitas Last modified: 1 de agosto de 2023