Alckmin e Haddad devolvem presentes de alto valor à Arábia Saudita

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), tomou a decisão de devolver ao governo da Arábia Saudita uma estátua em forma de camelo que lhe foi presenteada durante um fórum de negócios entre Brasil e o país árabe realizado em São Paulo. A decisão de devolução foi tomada “por vontade e orientação” do vice-presidente, de acordo com a assessoria da Vice-Presidência da República.

Alckmin recebeu o presente do ministro de investimento da Arábia Saudita, Khalid Al-Falih, durante o evento em São Paulo. No entanto, a devolução do presente se deu de acordo com as normas brasileiras que proíbem autoridades públicas de aceitar presentes de elevado valor, mesmo que sejam oferecidos apenas como demonstração de respeito e possibilidade de cooperação em ações conjuntas de interesse mútuo. O protocolo de oferta de presentes a autoridades públicas pressupõe o aviso prévio ao cerimonial do órgão agraciado, o que não ocorreu nesse caso.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), também decidiu devolver um presente recebido da embaixada saudita em Brasília. Trata-se de uma onça dourada. Haddad foi orientado pelo secretário da Receita, Robinson Barreirinhas, sobre as regras de protocolo em relação a presentes oferecidos a autoridades públicas.

O chefe de gabinete de Alckmin, Pedro Guerra, enviou um ofício à embaixada saudita explicando as normas brasileiras que impedem a aceitação de presentes de alto valor por parte de autoridades públicas. Ele enfatizou que o encontro com os ministros sauditas teve como objetivo principal fortalecer laços de comércio e investimentos, o que foi cumprido com a assinatura de 26 memorandos de entendimento entre empresas e o ministério saudita. A devolução da estátua de camelo foi vista como uma demonstração de apreço e respeito, e o documento agradeceu a consideração do governo saudita.