Funcionários de Bolsonaro deixaram mais de 17 mil e-mails acessíveis na ‘Lixeira’

Ex-funcionários do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro tentaram excluir cerca de 17.354 e-mails da caixa de entrada, informaram a TV Globo e o G1. Cada um dos ajudantes de ordem tinha uma coleção de e-mails excluídos em suas pastas de Lixeira, e a remoção definitiva exigiria uma segunda exclusão nessa pasta. A informação foi compartilhada com a CPI dos Atos Golpistas.

Um detalhe notável foi a exceção do assistente de ordens Danilo Calhares, cuja caixa de entrada não continha e-mails excluídos. Ele assumiu suas funções em dezembro de 2020 e conseguiu eliminar permanentemente as mensagens.

Contudo, nos registros de e-mails excluídos do coordenador-geral dos ajudantes de ordem, o coronel Mauro Cid, um e-mail de Maria Farani, ex-assessora do gabinete presidencial, chamou a atenção. A mensagem tratava da tentativa de vender um Rolex por US$ 60.000 – o equivalente a R$ 292.000 hoje –, relógio que, segundo os e-mails trocados pelos funcionários, foi recebido durante uma viagem oficial.

Outra informação importante se refere à pasta de e-mails excluídos de Osmar Crivelatti, atualmente atuando como servidor de apoio ao ex-presidente Bolsonaro. Um e-mail revelava a existência de pedras preciosas recebidas por Bolsonaro durante uma viagem de campanha pela reeleição em outubro de 2022, com destino a Teófilo Otoni, em Minas Gerais.

As quantidades de e-mails eliminados variavam entre os assistentes de ordem, com Osmar Crivelatti liderando a lista com 6.096 e-mails excluídos, seguido por Marcelo Câmara, Mauro Cid, Cleiton Holzschuk, Daniel Luccas, Adriano Teperino (com itens recuperados) e Jonathas Coelho (também com itens recuperados).