E-mails analisados pela CPI do 8 de Janeiro revelaram encontros noturnos entre o ex-presidente Jair Bolsonaro, o procurador-geral da República, Augusto Aras, e sua assessora Lindôra Araújo, no Palácio da Alvorada. Essas reuniões, registradas por ajudantes de ordens, não foram divulgadas pelo governo nem pelo Ministério Público Federal.
A primeira reunião “privada” entre Bolsonaro e Lindôra ocorreu em abril do ano passado, com a participação do senador Flávio Bolsonaro. As mensagens não mencionam a presença de Aras. Os e-mails também mostram outra reunião em maio de 2022, com a participação de Augusto Aras. Uma terceira reunião foi registrada em agosto do mesmo ano, com a presença de ambos, Bolsonaro e Aras.
Esses encontros levantam questões sobre a transparência das agendas oficiais do presidente. Durante o governo Bolsonaro, a lista de visitantes do Palácio da Alvorada não foi divulgada, o que difere de práticas anteriores. A Constituição prevê o princípio da publicidade na administração pública, mas não há legislação que obrigue a divulgação das agendas das residências oficiais.
Lindôra Araújo, conhecida por ser rígida em casos criminais, foi promovida a vice-procuradora-geral em meio a esses encontros. Ela também foi responsável por solicitar o arquivamento de apurações relacionadas à CPI da Covid, não encontrando indícios de crimes na atuação de Bolsonaro durante a pandemia.
Tags:Augusto Aras, Jair Bolsonaro, Lindôra Araújo Last modified: 9 de agosto de 2023