O advogado Frederick Wassef admitiu publicamente ter comprado um relógio Rolex nos Estados Unidos, que originalmente havia sido vendido por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro em junho do ano passado. A confissão veio durante uma coletiva de imprensa realizada em São Paulo, após a revelação de um recibo de compra. Wassef esclareceu que utilizou seus próprios recursos financeiros para adquirir o relógio, com a intenção de devolvê-lo ao governo brasileiro, atendendo a uma determinação do Tribunal de Contas da União (TCU).
Ele afirmou categoricamente: “Eu comprei o relógio. A decisão foi minha. Usei meus recursos. Eu tenho a origem lícita e legal dos meus recursos. Eu tenho conta aberta nos Estados Unidos em um banco em Miami e eu usei o meu dinheiro para pagar o relógio. Então, o meu objetivo quando eu comprei esse relógio era exatamente para devolvê-lo à União, ao governo federal do Brasil, à Presidência da República.”
Wassef desmentiu qualquer relação direta entre a recompra do relógio e o ex-presidente Bolsonaro, afirmando que o processo não foi instigado por ele, mas sim em resposta a uma ordem do TCU. Ele também ironizou a situação, sugerindo que o governo brasileiro lhe devia uma quantia significativa.
As investigações conduzidas pela Polícia Federal apontam que Wassef foi encarregado de efetuar a recompra do relógio após a determinação do TCU para sua devolução. Segundo documentos oficiais, ele recuperou o relógio da empresa Precision Watches e o trouxe de volta ao Brasil. O relógio Rolex passou por diversas mãos até ser finalmente entregue a Osmar Crivelatti, assessor de Bolsonaro. Essa operação da Polícia Federal resultou na apreensão de documentos e investigação de várias pessoas, incluindo Wassef e outros indivíduos associados ao ex-presidente Bolsonaro.
Tags:Frederick Wassef, Jair Bolsonaro, PF Last modified: 15 de agosto de 2023